19 de dezembro de 2024 | Autor: admin

Em entrevista ao Screen Daily, Amy Adams conta mais sobre seu papel em ‘Nightbitch’, como abordou seu papel e também fala mais sobre projetos futuros e ambições como produtora. Confira o bate papo completo traduzido abaixo:

“Pffthph!” Amy Adams soa delicadamente desdenhosa com a noção de que seu papel como uma mãe dona de casa privada de sono em ‘Nightbitch’ de Marielle Heller vai contra o que o público espera de uma protagonista de Hollywood. “Não pareceu um salto difícil porque eu vivo com essa pessoa todos os dias”, ela conta ao Screen International. “Foi uma catarse interpretar uma personagem que estava perdendo sua vaidade. Eu não pensei nisso como um afastamento do que eu acho que seria chamado de glamour de estrela de cinema. Eu apenas vi isso como uma ferramenta que eu poderia usar para ajudar a contar essa história.”

Adams certamente provou ser capaz de alterar sua aparência para um papel desafiador na tela, seja a freira tímida que ela interpretou em ‘Doubt’ ou a vigarista atrevida em ‘American Hustle’. A “Mãe” sem nome em ‘Nightbitch’, no entanto, ainda constitui uma partida audaciosa para a atriz de 50 anos, principalmente quando sua personagem — uma ex-artista levada à distração pelas demandas colocadas por seu filho de dois anos — começa misteriosamente a adotar traços caninos. “O desafio para mim era encontrar uma harmonia para que sempre parecesse honesto”, diz Adams sobre a metamorfose de sua protagonista. “Mesmo que parecesse uma grande mudança de uma perspectiva narrativa, eu sempre quis que parecesse muito fundamentado na verdade da Mãe e em sua realidade.”

O envolvimento de Adams no projeto começou quando a Annapurna Pictures, com a qual ela havia trabalhado anteriormente em ‘Her’, ‘American Hustle’ e ‘Vice’, enviou um manuscrito do romance original de Rachel Yoder de 2021. Foi ideia de Adams abordar Heller, tendo ficado impressionada com sua estreia na direção ‘The Diary Of A Teenage Girl’ e os filmes subsequentes ‘Can You Ever Forgive Me?’ e ‘A Beautiful Day In The Neighborhood’. “Eu amei como seu tom e técnica visual de narrativa eram tão únicos e singulares”, diz Adams sobre Heller, cuja carreira como atriz antecede sua mudança para o cinema. “Achei que ela tinha a sensibilidade certa para o filme e teria uma perspectiva pessoal sobre ela, pois ela tinha tido um filho recentemente.”

Ao longo de ‘Nightbitch’, a personagem de Adams adquire seis mamilos adicionais, um gosto por carne crua e uma protuberância peluda em forma de rabo. Ela também desenvolve um vínculo com os cachorros de seus vizinhos, que deixam animais mortos em sua porta. Adams admite que a Mãe faz uma “jornada inesperada” no título da Searchlight Pictures que foi lançado em Toronto e que “desafia o gênero”.

Com a ajuda de Heller, no entanto, ela se sentiu equipada para assumir o conjunto pouco ortodoxo de desafios do filme. “Como tínhamos uma compreensão de quão cru e primitivo queríamos que parecesse, eu nunca fiquei constrangida”, ela explica. “Eu confiava que Marielle sabia como fazer funcionar, e isso me permitiu me perder nos aspectos incomuns da produção cinematográfica.”

Ambições como produtora

Ser uma das seis produtoras de ‘Nightbitch’ — todas mulheres — trouxe uma responsabilidade adicional que Adams estava igualmente feliz em assumir. “Uma das coisas que eu amava era ter conversas cruciais durante o processo de desenvolvimento”, ela diz sobre um papel que ela desempenhou anteriormente em ‘Disenchanted‘, a sequência de 2022 da fantasia ‘Enchanted’, da Disney. “Foi um presente raro ter uma visão do material e fazer parte da contratação de Mari. Achei útil quando começamos a filmar, pois não tínhamos muito tempo de ensaio. Mari tem uma equipe que ela traz com ela em quem ela confia implicitamente, então eu estava lá apenas para fazer o papel e apoiar a equipe ao nosso redor.”

Desde sua performance revelação como uma ingênua sulista grávida em ‘Junebug’, de 2005 — um papel que lhe rendeu a primeira de seis indicações ao Oscar — Adams se estabeleceu como uma atriz prolífica e versátil em uma variedade de gêneros. Nos últimos anos, porém, ela começou a buscar e desenvolver seu próprio material por meio da Bond Group Entertainment, a produtora que ela cofundou com sua empresária, Stacy O’Neil, em 2019. “Não tenho uma coisa específica que estou buscando”, diz Adams sobre suas aspirações de produção. “Só sei quando leio algo se parece diferente, singular ou divertido.” Os projetos em desenvolvimento incluem o thriller jurídico ‘The Holdout’, uma série limitada que ela diz estar “em desenvolvimento na HBO”, e ‘Lazy Susans’, um filme de comédia da 20th Century Studios sobre mães formando uma banda de garagem.

Na frente de atuação, Adams será vista em seguida em ‘Klara And The Sun’, a adaptação de Taika Waititi do romance de Kazuo Ishiguro sobre uma robô (interpretada por Jenna Ortega) que se torna companheiro de uma garota doente (A ganhadora do Screen International 2024 Star of Tomorrow, Mia Tharia). Adams, que interpreta a mãe da garota, filmou o filme este ano na Nova Zelândia e descreve a experiência como “transformadora”.

Também há ‘At The Sea’, um drama sobre uma mulher recém-saída da reabilitação, da dupla de cineastas casados Kornél Mundruczó e Kata Wéber. “Eu danço um pouco de dança moderna interpretativa nele”, diz a ex-bailarina sobre um filme que, como ‘Pieces Of A Woman’ (2020) dos diretores, inclui uma série de “tomadas longas e épicas”.

“Nós filmamos em um período muito curto durante o verão, então foi muito intenso, mas eu me diverti muito interpretando outra personagem complexa.”

Com essas seis indicações ao Oscar, mas nenhuma vitória, Adams não está muito atrás de sua colega de elenco de ‘Hillbilly Elegy’, Glenn Close (oito indicações e nenhuma vitória) neste ranking em particular. “Não coloco nenhuma expectativa em nada”, diz uma atriz cujo histórico no Bafta — nenhuma vitória em sete indicações — é ainda mais infrutífero. “Sou grata pelas oportunidades que a Academia me deu, então para mim parece um privilégio. Tento ficar em um espaço de gratidão e não pensar nisso com nenhum resultado em mente.”

“O maravilhoso de ter uma performance que está na conversa é que ela pode chamar a atenção para um filme que, de outra forma, não encontraria público.”

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